Muito provavelmente não!
Vamos entender juntos o que pode ter acontecido…
Após o nascimento do bebê a termo (idade gestacional maior que 37 semanas), a perda de peso normal pode chegar a 10% na primeira semana de vida.
Mas porque isso ocorre?
Ocorre devido ao processo de adaptação do bebê ao meio exterior. O bebê nasce “inchadinho” devido uma super hidratação e irá perder liquido nesse 1° momento. Ele também nasce com reserva energética para “aguardar” a descida do leite e a transição do colostro para leite maduro.
A “descida” do leite ocorre por volta de 72h após o parto, um pouco antes ou depois a depender da via de parto, os estímulos de sucção, níveis de ansiedade, etc. O 1° leite será o colostro, um leite rico em proteção ao bebê “sua primeira vacina” porém pobre em gorduras e calorias. É justamente o que o bebê PRECISA nos primeiros dias, geralmente até o 7° dia.
Algumas pessoas podem achar que essa perda de peso é porque o leite é “fraco” ou ainda porque “não tem leite”. Mas na verdade essa perda inicial já é ESPERADA e ocorre independentemente se o bebê recebe leite materno ou fórmula infantil. Depois dessa adaptação, é esperado que o bebê recupere o peso de nascimento entre 10 e 15 dias de vida! Porém alguns estudos mostram que bebês nascidos de parto cesáreo podem demorar mais.
Os bebês que não recuperaram o peso de nascimento dentro do período esperado ou perdem mais que 10% devem ser AVALIADOS sempre com ênfase na pega, técnica da amamentação, estado de hidratação, etc. E por isso as primeiras consultas são tão importantes para orientações e seguimento. Mas nutri, quer dizer que o bebês que perderam mais peso que o esperado ou demoram a recuperar precisam da fórmula? Nem sempre!
Esses casos precisam de atenção e acompanhamento de perto. Precisam de avaliação da mamada e orientação de ajustes na amamentação. Em alguns (poucos) será necessário a complementação. Essa complementação pode ser feita com o próprio leite materno ordenhado e em outros a fórmula será necessária sim!
Mas, lembre-se: se há dificuldades com a amamentação que precisam ser corrigidas, a complementação fórmula não irá solucionar o problema, apenas “tapar o sol com a peneira”. Nesses casos é mais importante ainda o reforço nas orientações do manejo da amamentação. A questão aqui não é “crucificar” a fórmula, mas sim fazer o uso racional e estimular o aleitamento materno!
Está com dificuldades? Foi prescrito complementação com fórmula para você?
Procure ajuda profissional em bancos de leite ou profissionais especialistas como as consultoras de amamentação!
